Theme Preview Rss

A fantástica floresta de chocolate


Produtores do Espírito Santo formam parceria com multinacional belga, investem na renovação de suas lavouras e planejam produzir o primeiro cacau de origem do Brasil, de olho nos doces lucros desse mercado.
Enquanto o carro acelera pelas estradas de terra que cercam o município de Linhares, no interior do Espírito Santo, o empresário Paulo Gonçalves segue observando atentamente cada nova plantação de cacau que surge na paisagem. Vez por outra, ele estaciona o veículo, entra na mata e vai olhar de perto os detalhes desses cultivos.
Basta uma rápida examinada para que ele já saiba dizer como está o nível de produtividade, a qualidade dos frutos, o desenvolvimento das plantas, entre outras coisas. Conhecimento que ele adquiriu ainda criança, quando costumava acompanhar o pai nas andanças pelas plantações de cacau da família, e que o ajudaram a erguer uma das maiores produções dessa fruta no País.
Gonçalves também atua nas outras pontas do negócio, comprando a produção de outros produtores da região e fazendo o beneficiamento do produto. Tanta atenção ao fruto não se deve apenas à tradição familiar. De olho no bom momento do mercado, Gonçalves é um dos principais coordenadores de um projeto que quer fazer brotar, no interior do Espírito Santo, um novo ciclo da fruta que já foi símbolo de poder e riqueza no sertão da Bahia. Um plano que tem como foco uma parceria recémfirmada com a multinacional belga Puratos, uma das principais fabricantes de chocolates finos do mundo, e que pretende extrair das lavouras capixabas um tipo de cacau mais nobre, cultivado com manejo diferenciado, cujo sabor permitiria produzir o primeiro chocolate de origem do Brasil. Um modelo que colocaria o País na rota de um mercado bilionário, que cresce a passos largos em todo o mundo, gerando doces lucros para os produtores daquela região.
"Hoje o preço da commoditie no mercado internacional está em US$ 3 mil a tonelada, o que já é um bom valor. Com o chocolate de origem, acreditamos que o preço pago chegue a ser 50% maior, chegando a US$ 4,5 mil a tonelada", afirma Gonçalves.
O sabor do cacau capixaba já agradou à companhia europeia, que há tempos planejava produzir esse tipo de produto no País. Para tornar o sonho realidade, a estimativa é de que a Puratos invista cerca de R$ 22 milhões na região. "Existe um mercado crescente para chocolates de alta qualidade e temos certeza que o Brasil tem potencial para ser um grande produtor nesse nicho", revela o diretor-comercial da Puratos, Caio Gouveia.

0 comentários:

Postar um comentário

Comente esta notícia.

Como chegar

Como chegar