O Extremo Sul, única região produtora de café conilon na Bahia e responsável pela posição de destaque do estado no ranking nacional de produção, deverá sediar ainda este ano a primeira estação experimental especializada. Para viabilizar a implantação da unidade, foi assinado na tarde do dia(13), durante o primeiro dia da Festa do Café Conilon, um protocolo de intenções. A iniciativa é da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), em atendimento ao pleito dos cafeicultores da região. Além do órgão estadual, integram o termo de compromisso, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), o Ministério da Agricultura, através da Ceplac, além do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município de Itabela, e o instituto de pesquisa Incaper, do estado do Espírito Santo. Representações de todos os órgão se fizeram presentes no ato.
Depois da solenidade, que contou com a participação do Secretário da Agricultura, Eduardo Sales, a comitiva seguiu para a propriedade da Ceplac, onde deverá ser implantada a estação, para definir em conjunto as responsabilidades de cada órgão, estratégias para implantação. “Durante essa rodada de trabalho, a expectativa é de que seja formada uma equipe de trabalho, já na próxima semana, para a delimitação dos experimentos, da área a ser trabalhada, planejamento e projeção de custos”, explicou o secretário. Fizeram parte da comitiva o superintendente do Sebrae, Edival Passos, o presidente do instituto Incaper, Evair Melo, o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes, o superintendente da Ceplac, Antônio Zózimo, além de autoridades local.
A sexta edição da Festa do Café Conilon acontece no município de Itabela e segue até domingo (15), reunindo mais de 10 mil pessoas, entre produtores, empresários, pesquisadores, extensionistas e o público em geral, atraídos por uma programação rica e diversificada, com a realização palestras, painéis temáticos, dinâmicas motivacionais, visitas técnicas e atrações artísticas. “Uma verdadeira mostra tecnológica de tudo que há de mais moderno em tecnologia aplicada de produção”, definiu o coordenador do evento e representante do Sindicato dos Produtores Rurais de Itabela, Idalício Viana. No evento, 40 empresas expositoras participam.
Durante o primeiro dia de festa, foi apresentado um panorama do café conilon no Brasil e no mundo, bem como as principais tecnologias desenvolvidas e aplicadas, desafios e oportunidades, visando uma cafeicultura mais sustentável. A escolha da área, variedades, mudas, espaçamento, vergamento, plantio em linha, poda programada, ciclo: tecnologia de colheita e pós-colheita, são alguns dos assuntos que estão sendo tratados. Outra temática se refere às diversas formas de empreendedorismo e de economia dos recursos que podem ser trabalhadas na adubação racional do café conilon. Os produtores também obtiveram respostas sobre como aumentar a produtividade sem interferir na qualidade da produção e a importância das diversas formas de organização, seja cooperativa, seja associativa, na garantia de comercialização.
Durante as visitas de campo, demonstrações de experiências exitosas de café irrigado, via gotejamento, com vergamento e fertirrigação, que garantiram uma produtividade 60% a mais. A técnica consiste no envergamento de um galho de uma planta de dois meses, do qual é possível produzir até seis ramos produtivos. A pulverização aérea também será demonstrada.
Vale ressaltar que a Festa do Café Conilon é uma iniciativa dos Produtores Rurais de Itabela e conta com o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, além do Sistema Faeb/Senar e do Sebrae.
Potencial
O Extremo Sul baiano, única região produtora do estado, responde por uma produção anual de 600 mil sacas processadas de café conilon, destacando-se as produções dos municípios de Itabela, Itamaraju, Eunápolis, Prado e Porto Seguro, sendo Itabela o maior produtor de tecnologias em produção, com o único viveiro certificado, o São Francisco, a dois quilômetros do centro da cidade. Além da produção de mudas certificadas, o município é referência no trabalho de implantação das mesmas, nas tecnologias de preparo de solo, plantio, tratos culturais, entre outros. Cerca de 40% da produção é irrigada. No ranking nacional de produção do café conilon, a Bahia se destaca em terceiro lugar, atrás somente dos estados do Espírito Santo (com 8 milhões de sacas) e de Rondônia (1,6 milhão de sacas). Utilizado na produção do café solúvel ou na mistura com o café o arábica, para produção do café de qualidade, dando a cor e o aroma tradicional do café, o café conilon é indispensável economicamente.
A região também é referência na pecuária de leite, apicultura e fruticultura, se destacando a produção de mamão, maracujá e banana. Experiências também estão sendo feitas a partir da polinização do café, que deverá garantir até 35% de produtividade com a atividade.
Como garantia de sustentabilidade, o pesquisador do Incaper, instituto de referência do estado do Espírito Santo, Romário Gava Ferrão, reforça a necessidade de utilização de variedades mais produtivas e tolerantes à seca e à praga, que ofereçam maior resistência a doenças e minimizem a utilização de agrotóxicos. “A partir da adubação correta, também garantimos a otimização dos custos e a sustentação econômica. Isso é sustentabilidade, é garantia de boa remuneração ao produtor, a produção de um café mais ‘pesado’, com aroma e sabor”, considera. O também coordenador do programa da cafeicultura do Espírito Santo apresentou as tecnologias que foram desenvolvidas pelo instituto e que estão sendo aplicados na região do Extremo Sul, com potencial grande, sobretudo na melhoria genética. “As mesmas já foram estendidas na região, viemos aqui agora para reforçar a utilização de forma sustentável”, completou.
Ainda segundo ele, através das informações, com base científica e aplicada, o Espírito Santo conseguiu triplicar sua produtividade média, em 15 anos, passando de nove, para 28 sacas por hectare. A produção saiu de 60, para a marca de 120 sacas, por hectare e de 2,4 milhões, para 8 milhões de sacas, registrando um incremento de 211%. “Acredito que a região do Extremo Sul baiano tem um potencial de crescimento muito grande, por ser uma região de empreendedores, com uma topografia plana, que favorece o desenvolvimento da espécie e, sobretudo, pela constante busca por inovações, incentivos e novos modelos de gestão. O principal desafio da cultura, de um modo geral, ainda é produzir tecnologia de baixo custo”, avalia. O preço da saca de café também não é satisfatória devido à última estiagem. O valor pago pelo produto, que antes era de R$200,00, passou para R$ 155,00.
“Temos que aproveitar essa experiência do estado vizinho sim, mas adequá-la à realidade baiana, ao nosso clima, topografia,etc”, ressaltou o presidente da Assocafé, João Lopes, valorizando a iniciativa da Seagri de implantar uma estação experimental na região. Lopes ainda falou sobre o trabalho que está sendo desenvolvido pela Câmara Setorial do Café, recém criada pela Secretaria, mas que é representativa na sua formação. O órgão consultivo é formado por representações de toda a cadeia e já diagnosticou os principais gargalos, no que se refere à dificuldade de custeio, onde a disponibilização dos recursos segue o calendário produtivo do café arábica; a insegurança jurídica, a cerca da ocupação de terras, a legislação ambiental, entre outros.
“Para a maioria desses pontos, já obtemos respostas, é o caso da criação de um aparato legal, regulamentado pelo Governo e que promoveu uma adequação da legislação ambiental no Oeste do estado. Agora, o Governo realiza vistorias, emitindo as licenças e o Ibama, apenas homologa; Em relação à dificuldade para aplicar as leis trabalhistas, na contratação da mão de obra para a colheita do café, já podemos contar com o Simples, ferramenta desenvolvida pelo Sebrae, para os pequenos empresários, e que podem ser adequada às unidades produtivas”, comemora. “Pleiteamos ainda a modificação na legislação do Bolsa Família para que, no período de plantio, os colhedores de café tenham seu benefício apenas suspenso e não, cancelado”, sugeriu o também secretário executivo da Câmara do Café, João Lopes.
Fonte: Jornal Feira Hoje
Extremo Sul da Bahia terá primeiro campo experimental de café Conilon
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Sindicato Rural de Itamaraju
on segunda-feira, 16 de agosto de 2010
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- O Sindicato dos Produtores Rurais de Itamaraju, foi fundado em 1972, como um associação pêlos Produtores Rurais os Srs.: José Carneiro, Ney Paschoal, José Gomes de Almeida e Outros... Em 1974 se tornou um sindicato reconhecido pelo Governo Federal através da Carta Sindical fornecida pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, tendo como base territorial todo o Município de Itamaraju , tendo sido aprovado os seu Estatutos Sociais como Órgão representativo das Categorias Econômicas Integrantes dos Grupos do Plano da Confederação Nacional. Nesse tempo de existência do Sindicato, foram eleitos como Presidentes os senhores José Almeida Carneiro, Ney Paschoal dos Santos, José Miguel de Morais, Cosme Afrânio Leite Lima e atualmente o Senhor Urbano Pereira Correia. O Sindicato Rural, esta filiado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
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