O governador da Bahia,
Jaques Wagner (PT), disse que os métodos usados por uma parte dos
grevistas da Polícia Militar do Estado são "coisa de bandido",
e acrescentou que não vai ter negociação e anistia a esses
policiais. A informação foi dada ontem em entrevista aos repórteres
Graciliano Rocha e Fábio Guibu e publicada na edição
desta segunda-feira da Folha.
Na entrevista, o governador apontou o envolvimento
de policiais em tomadas de ônibus para bloquear vias e a alguns do
assassinatos nos últimos dias. Desde o início da greve, na noite de
terça-feira (31), 93 homicídios foram registrados na região
metropolitana.
O governador afirmou que a greve na Bahia está
sendo orquestrada nacionalmente para pressionar a aprovação da
PEC-300, a proposta de emenda constitucional que cria um piso
nacional para os policiais.
O clima é tenso nesta segunda-feira no entorno da
Assembleia Legislativa, ocupada pelos grevistas. O local está
cercado e houve registro de tumultos. O grupo negou a proposta de
reajuste de 6,5% e afirmou que vai reagir em caso de invasão.
Fabio Isamo Guibu/Folhapress
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CONFUSÃO
Há princípio de confusão. No começo da manhã,
um policial militar furou
o cerco montado por homens do Exército e da Força Nacional ao
redor da Assembleia e se juntou aos grevistas. Ele foi perseguido por
um policial da Força Nacional, que desistiu ao perceber um grupo de
PMs saudar o colega.
Familiares e policiais grevistas que estão do
lado de fora da Assembleia também
tentaram invadir o prédio na manhã de hoje. Eles foram contidos
por homens do Exército, que dispararam balas de borrachas no chão.
Policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar foram chamados e
isolaram o grupo.
CERCO
A Assembleia Legislativa da Bahia --ocupada por
PMs grevistas desde a semana passada-- está cercada desde a
madrugada de hoje.
Segundo o Exército e a Força Nacional, o
objetivo do cerco é prender policiais militares que tiveram mandado
de prisão decretado pela Justiça. Segundo a Segurança Pública da
Bahia, os PMs com mandado são líderes do movimento e teriam
praticado atos de vandalismo.
Ontem (5), foi preso um dos 12 policiais militares
grevistas que tiveram a prisão decretada. Segundo a secretaria, ele
é acusado de formação de quadrilha e roubo de um carro da
corporação.
Ele é lotado na Coppa (Companhia de Policiamento
de Proteção Ambiental) e foi preso pelo comandante da companhia.
Além de responder pelos crimes, o policial vai passar por um
processo administrativo na própria corporação.
Fabio Isamo Guibu/Folhapress
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