A Rio +20 e a crise global
Postado por
Sindicato Rural de Itamaraju
on segunda-feira, 25 de junho de 2012
Duas palavras de origem grega andam juntas nos debates pré e pós Rio+20: crise e hipocrisia. O discurso ambientalista vem sofrendo reveses contínuos ao não levar em consideração que a problemática ambiental é parte de um conjunto muito maior da crise global que abrange o sistema de representação política e o sistema de financiamento da economia pelo mercado financeiro.
Isso no momento em que a sociedade sofre a mais radical e dramática mudança da sua plataforma de informação, comunicação e articulação, com profundos e ainda não mensuráveis impactos em todos os processos de relação social.
É este peculiar contexto que determinou a presença de participantes na Rio+20, bem como a natureza e a perspectiva futura das decisões. Em grego, a palavra crise evoca decisão, julgamento.
A crise é uma decisão entre duas escolhas possíveis e implica ação. Mas, como ensina o filósofo Hegel, quem exagera no argumento prejudica a causa. Quanto mais quem erra e exagera.
Ao fazer dos agricultores brasileiros seu alvo principal, tentando mobilizar a opinião pública nacional e internacional contra o agronegócio brasileiro no debate do Código Florestal, ONGs internacionais como o Greenpeace, WWF e seus aliados locais erraram de alvo e de crise.
Eles atacaram o setor que mais apresentou ganhos de sustentabilidade no País, ao contrário do que ocorre no setor industrial urbano. O Brasil apresentou na Rio+20 uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, com 47% de energia renovável - contra uma média mundial de 13% e de 6% para os países desenvolvidos -, e deve grande parte desse sucesso à agricultura.
Cana-de-açúcar, florestas energéticas, óleos vegetais no biodiesel e reciclagem de resíduos garantem hoje mais de 30% da energia do Brasil. Junto com os 14% das hidrelétricas e cerca de 3% de outras fontes limpas (como a eólica), a parte renovável chega, assim, a quase metade da matriz energética. E o agro brasileiro consegue esse desempenho consumindo apenas 4,5% de energia fóssil.
A economia verde ou de baixo carbono pode ser avaliada pelo quociente entre o total de CO2 emitido e o Produto Interno Bruto (PIB) das economias nacionais. Os campeões de emissões de CO2 para gerar riquezas, os menos eficientes, são Coreia do Sul (1,45), África do Sul (1,38), Cuba (1,34) e Ucrânia (1,2). O Brasil, com um quociente de 0,24, é mais eficiente do que uma centena de países: ocupa a posição de 104.º.
Como destacou a presidente Dilma em seu discurso de abertura da Rio+20, nossa produção agrícola cresceu 180% com um aumento de apena 30% da área cultivada. Se a produção atual de grãos fosse com os índices de produtividade de 1975, teria sido necessário desmatar quase 60 milhões de hectares adicionais.
A inovação tecnológica faz a produção crescer verticalmente, em produtividade, e não em área. O Brasil tem uma das maiores áreas protegidas (unidade de conservação e terras indígenas) do mundo: 30% de seu território, contra uma média de 10% dos maiores países.
Reduziu de forma espetacular o desmatamento da Amazônia e é um dos países que mais detêm florestas em seu território. E exige, como ninguém no mundo, que seus agricultores assumam e paguem pela preservação da vegetação nativa em 20% a 80% de suas propriedades, dependendo do bioma.
Se o Brasil é hoje uma reconhecida potência ambiental, deve-o também ao seu negócio agrícola, que, apesar de todas as suas conquistas, não soube se comunicar e se articular com a sociedade.
O foco dos quase 200 representantes diplomáticos que prepararam o documento final dos chefes de Estado foram o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza. O processo de discussão da Rio+20 se inseriu num colar de eventos realizados em locais charmosos: Cancún, Copenhague, Durban, Rio de Janeiro. As divergências eram maiores do que as convergências.
Após meses de preparação, a três dias do evento no Rio de Janeiro não havia consenso entre os países sobre mais de 60% do texto proposto. Ao assumir a coordenação, a diplomacia brasileira conseguiu um feito inédito: obteve o acordo de 100% dos representantes e fechou o texto antes da chegada dos chefes de Estado.
Alguns ambientalistas, políticos e instituições multilaterais consideraram o texto pouco ambicioso, não levando em consideração o momento de tensão e dúvida em todos os sentidos que vivemos. No campo ambiental, muitos se colocam na posição de quem planeja o que não executa e avalia o que não fez, propondo muita caridade com o chapéu alheio.
No que pese o Climagate, o descrédito do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), a intervenção da ONU mudando sua governança desse painel e uma série de novos resultados recomendando prudência no alarmismo do aquecimento global, um fórum climático brasileiro anunciou, alegremente, durante a Rio+20, que a temperatura na Amazônia vai subir 6 graus até o final deste século.
Isso é quase um grau por década. Não são dados. São estimativas de modelos, baseados em hipóteses inverificáveis, apresentadas como certeza religiosa e alerta profético.
Muito mais concretas e objetivas foram, por exemplo, as prefeituras do grupo C 40 (Climate Leadership Group), ao anunciar metas reais e não tão ambiciosas de redução de gases de efeito estufa para as 59 cidades que fazem parte da iniciativa no mundo.
O contexto mundial é de uma crise duradoura. Etimologicamente, o hipócrita é quem não entende o alcance da crise e não age corretamente. Fica "abaixo" da crise. É um hipo-crise, por mais que grite e esperneie. Seus oráculos, profecias e críticas perdem o vínculo com a realidade, com as ações possíveis e necessárias, gerando ainda mais frustração entre os jovens e não contribuindo em nada para encontrarmos caminhos de solução para a crise global
Como chegar
Viagens
Hotéis em:
Cotações
Notícias do Agronegócio
Visitante
Como você classifica a atuação do Sindicato Rural em Itamaraju?
Tempo
Fotos de Cursos
Sindicato Rural de Itamaraju
- Sindicato Rural de Itamaraju
- Itamaraju, Bahia, Brazil
- O Sindicato dos Produtores Rurais de Itamaraju, foi fundado em 1972, como um associação pêlos Produtores Rurais os Srs.: José Carneiro, Ney Paschoal, José Gomes de Almeida e Outros... Em 1974 se tornou um sindicato reconhecido pelo Governo Federal através da Carta Sindical fornecida pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, tendo como base territorial todo o Município de Itamaraju , tendo sido aprovado os seu Estatutos Sociais como Órgão representativo das Categorias Econômicas Integrantes dos Grupos do Plano da Confederação Nacional. Nesse tempo de existência do Sindicato, foram eleitos como Presidentes os senhores José Almeida Carneiro, Ney Paschoal dos Santos, José Miguel de Morais, Cosme Afrânio Leite Lima e atualmente o Senhor Urbano Pereira Correia. O Sindicato Rural, esta filiado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
0 comentários:
Postar um comentário
Comente esta notícia.