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CRISE FAZ CONFINAMENTO DE BOVINO RECUAR 20% NO PAÍS



Para Assocon, concentração dos frigoríficos agrava situação

Confinadores de bovinos, que tiveram de colocar o pé no freio este ano por conta da crise, avaliam que a concentração no setor de carne dificultará ainda mais a vida dos criadores. A saída de vários frigoríficos do mercado e as operações de fusão e aquisição no setor reduziram as opções dos pecuaristas na hora de vender o gado.
De acordo com Ricardo Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), em algumas regiões há a opção de vender para apenas um frigorífico. É o caso de Campo Grande (MS), onde Bertin e JBS S.A., que se uniram em setembro, têm duas unidades, com capacidade de abate de 6.500 cabeças por dia. "Você vende para a JBS ou não vende", disse. Em Rondônia, a situação é semelhante, segundo o dirigente.
Diante desse quadro, a Assocon defende que a análise sobre a concentração em relação a Bertin e JBS, que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realiza, seja feita regionalmente. Atualmente, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) faz um levantamento sobre a concentração que as recentes operações geraram. Além da união JBS e Bertin, a Marfrig também arrendou várias unidades que pertenciam ao Margen e ao Mercosul.
Procurada, a Bertin disse, por meio de nota, que "a fusão entre JBS Friboi e Bertin ainda está sendo julgada pelos órgãos reguladores nacionais e internacionais. Acreditamos que a operação será aprovada, já que não representa concentração nos Estados em que as empresas atuam."
Questionada, a JBS disse, em nota, que "a companhia entende que ganhos de escala levam a importantes ganhos de eficiência, que beneficiam todos os elos da cadeia e que a participacao de mercado da JBS será de 16% no Brasil".
Além da maior concentração, a expectativa é de nova queda nos confinamentos em 2010, de cordo com o presidente da Assocon. A entidade reúne 47 confinadores no país. Neste ano, segundo Merola, o número de animais confinados pelos associados da Assocon ficou em 374 mil bois, quase 25% menos que os 498 mil de 2008. Para o confinamento em todo o país, a Assocon estima uma queda de 20%, para 2,3 milhões de cabeças.
Merola disse que as margens negativas no segmento levaram muitos confinadores a fazerem apenas um turno de produção. "O criador abortou o segundo turno quando viu que estava perdendo dinheiro". Ele afirmou que houve disputa por boi magro e os preços acabaram superando os do boi gordo.
O recuo no confinamento este ano também decorreu da saída de fundos de investimentos do negócio por causa da crise, disse Merola. Eles atuavam em parcerias com criadores e saíram devido às restrições de crédito. Frigoríficos também foram mais cautelosos. Sem citar nomes, Merola disse que um deles não confinou nada este ano.
 

Fonte: Valor Econômico


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