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SÃO NECESSÁRIOS R$ 10,8 BI PARA RECUPERAR MATAS CILIARES DA BAHIA

Enquanto os líderes mundiais esboçam um acordo em Copenhague sobre a redução das emissões de carbono, questões ambientais que fazem parte do cotidiano das comunidades baianas – como a recuperação e preservação das matas ciliares – seguem distantes de uma solução.
Um estudo realizado pelo Instituto de Gestão das Águas e do Clima (Ingá), órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, estima que 40% dos 2,7 milhões de hectares da vegetação que circunda as margens dos rios e nascentes da Bahia estão degradadas.
A recuperação destas matas, no entanto, esbarra nos altos custos operacionais: estima-se que o plantio de mudas nativas custaria em torno de R$ 10 mil por hectare. O valor global seria de R$ 10,8 bilhões – uma cifra que vai muito além da realidade orçamentária dos órgãos ambientais. Só para ter uma idéia, o valor estimado é oito vezes mais do que o volume global de recursos gastos pelo Ministério do Meio Ambiente em todo o País em 2009.
Fundamental no equilíbrio dos biomas naturais, as matas ciliares fazem uma proteção natural aos rios e lagos, reduzindo a erosão das margens e, por conseqüência, a quantidade de sedimentos do solo que atinge a água. Na Bahia, a degradação atinge os três principais biomas: a caatinga, o cerrado e a mata atlântica.
De acordo com o diretor-geral do Ingá, Júlio Rocha, para superar um desafio de tal porte, é necessário uma ação conjunta de entes públicos, privados e da sociedade civil. “A recuperação desta vegetação será fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas”, explica.
Mesmo com um cenário preocupante, ainda são pontuais os investimentos em reflorestamento das margens dos rios que cortam o território baiano. Ontem, o Ingá anunciou um edital no valor de R$ 1,05 milhão para atender a 21 comunidades, numa chamada pública para projetos de recuperação das matas ciliares.
As áreas serão escolhidas de 40% do total de 2,7 milhões de hectares da vegetação que circunda as margens dos rios e nascentes do Estado da Bahia estão degradados, segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto de Gestão das Águas e do Clima (Ingá), órgão vinculado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente acordo com os projetos, que deverão ser apresentados pelas prefeituras em parceria com a sociedade civil. “O universo ainda é pequeno. Mas é um primeiro passo dentro de programa que atua em várias frentes, do diagnóstico à recuperação das áreas degradadas”, afirma José Augusto Tosato, da diretoria sócio ambiental participativo do Ingá.
O edital é voltado para áreas em que residem comunidades tradicionais – como índios e quilombolas –, além de famílias que vivem da agricultura familiar.
O coordenador do curso de gestão ambiental da Unifacs, Nilton Tosta, afirma que os projetos ainda são tímidos e incipientes. “São necessárias políticas que assegurem a preservação das áreas existentes, com criação de novas reservas no Estado”, defende o professor.
O diretor do Ingá, Júlio Rocha, aposta na implantação da Bolsa-Azul, que prevê incentivos às comunidades que preservarem a vegetação das margens dos rios. E defende uma atuação do Estado. “É preciso ecologizar as outras áreas do governo”.

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