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BAHIA VIVE CICLO DA BORRACHA

 Até o dia 10, a Bahia exportou 86.486 toneladas de borracha e importou mais 46.656 toneladas do mesmo produto. Os dados são do Promo – Centro Internacional de Negócios da Bahia. Eles revelam que o Estado, se tivesse investido mais cedo no setor, poderia estar numa situação melhor do que a atual – o de terceiro maior produtor de borracha do Brasil. O primeiro é São Paulo e o segundo Mato Grosso.
Ainda há tempo para investimentos, claro. Por isso, nos últimos anos, têm surgido na Bahia iniciativas que visam impulsionar o setor, desenvolvidas tanto por parte do governo como de empresas privadas, diretamente interessadas na produção, a exemplo dos fabricantes de pneus e bancos, que oferecem financiamento para pequenos, médios e grandes produtores.
Uma das regiões da Bahia que vêm buscando ampliar o território plantado é o extremo sul, onde é desenvolvido, desde 2007, nas cidades de Itamaraju, Prado e Jucuruçu, o Projeto Verdes Campos, iniciativa do Sindicato Rural de Itamaraju, do Banco do Nordeste (BNB) e das empresas Plantações Michelin da Bahia e Itaflora, que atua no ramo de mudas e é a autora da proposta.
DISPOSIÇÃO – A produção de borracha natural, produto primário da coagulação do látex da seringueira, árvore nativa da Amazônia brasileira, ressurge na região depois de quase 20 anos de estagnação no setor. Aos 73 anos, ainda forte e disposto a trabalhar, o heveicultor (como é chamado o produtor do ramo) Adozino Gomes da Rocha foi um dos poucos que resistiram.
“Muita gente não ficou porque não fez o trabalho certo e acabou perdendo dinheiro. Este é um ramo em que a pessoa precisa ter paciência e trabalhar direito.
Hoje tenho 3,6 mil pés de seringueira em 100 hectares de terra e estou com um novo plantio de dez mil pés. Daqui a seis anos eu já posso fazer o corte”, conta seu Adozino, mais conhecido como Dozo.
Ele é um dos 20 heveicultores de Itamaraju que resolveram participar do Projeto Verdes Campos e buscar um financiamento no BNB, cuja carência (prazo máximo para começar a pagar) é de 18 meses. “Peguei R$ 168 mil”, revelou.
“Já financiamos este ano R$ 500 mil. Nossa meta mínima, que foi alcançada no ano passado, é de financiar até R$ 1 milhão. A linha de financiamento contempla todo tipo de produtor”, informou o gerente-geral do BNB de Itamaraju, Ismênio Roberto de Menezes Scher.
PRIORIDADE – Pelo fato de o BNB ser um banco governamental, explica o gerente, a prioridade é financiar produtores da agricultura familiar. Setenta por cento dos 20 beneficiados com os financiamentos concedidos este ano se enquadram neste perfil.
“Além de ser um projeto que visa dar uma impulsionada no setor, ele tem o seu lado ambiental, pois visa o plantio de árvores numa região que tem histórico de derrubada de madeira. Dessa forma, o apoio do banco é total”, afirma Scher.
Nos próximos 20 anos, o Verdes Campos pretende abranger, no total, 4.750 famílias e plantar seringueiras em cerca de 20 mil hectares de terra, sendo 25% da plantação feita em consórcio com cacaueiros e 75% em consórcio com outras culturas compatíveis ou em monocultivo.
A produção anual prevista para esses 20 mil hectares é de 33.600 toneladas. A expectativa de faturamento bruto anual é de cerca de R$ 84 mil.
“Temos mudas geneticamente selecionadas e um solo ótimo para este tipo de planta. A região só tem a ganhar, principalmente com os parceiros que temos”.

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