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Ribas do Rio Pardo investe na profissionalização do setor madeireiro





Com uma população aproximada de 20 mil habitantes, Ribas do Rio Pardo tem base econômica no setor produtivo rural e, historicamente, demonstra forte vocação para as atividades do ramo madeireiro.
Em três dias de curso, empresários, funcionários e técnicos receberam treinamento e conheceram metodologias de trabalho 


Em Ribas do Rio Pardo, são aproximadamente 20 empresas atuando exclusivamente no setor madeireiro. Isso inclui produtores, que se dedicam ao plantio de florestas, e empreendimentos de processamento, beneficiamento e desdobro da madeira, que são as serrarias. Integrar essa cadeia e adequar técnicas para agregar mais valor ao produto final é o grande desafio para consolidar a atividade e desenvolver o arranjo produtivo local.
 
Poder público e iniciativa privada têm buscado parcerias e ações voltadas ao aproveitamento da madeira sólida de eucalipto e pinnus, criando uma situação econômica sustentável com a melhor utilização da matéria prima e seus derivados para as empresas de beneficiamento de madeira, através de capacitação e profissionalização do setor. 
De acordo com o prefeito de Ribas,Roberson Moureira, o setor vive um momento que requer mudança de práticas e estratégias, mas também se apresenta como oportunidade para firmar o município como polo tecnológico. 
“Em pouco tempo não haverá mais pinus, e os empresários tem que estar preparados para trabalhar com o eucalipto, que é uma tendência mundial. Por isso estamos investindo na qualificação e começamos a discutir inclusive a ideia de formar aqui em Ribas um centro tecnológico do setor florestal”, afirma o prefeito.
O curso de técnicas de desdobro de eucalipto e agregação de valor à madeira foi uma das ações para aprimoramento e qualificação para o setor. Com duração total de 24 horas aula, o treinamento foi realizado por meio de parceria entre vários agentes, como Fibria, Meneguzzo Consultoria, Reflore MS, Prefeitura Municipal, Empresas de Beneficiamento de Madeira de Ribas, e Painel Florestal. Metodologia adequada e orientações técnicas voltadas à prática cotidiana foram o foco das atividades.
“Para nós é muito importante, principalmente porque precisamos de informações específicas para trabalhar com o eucalipto”, afirma o engenheiro florestal Pio Bigaton, da Frigg Florestal, tradicional fornecedora de pinus ás serrarias do município.
“O cenário está mudando e quem tiver o conhecimento adequado sai na frente”, comenta Moacir Reis, também engenheiro florestal, do grupo Mutum, outra empresa florestal forte na região.
E estar preparado para a iminente mudança na matriz florestal da região é mesmo a grande meta dos profissionais que atuam no setor.
Assim, além da teoria, a troca de experiências e as aulas práticas também fizeram parte da programação. Marcio Pereira da Rocha, doutor em Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais, professor da Universidade Federal do Paraná e pesquisador da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná, ministrou conteúdo teórico e prático.
“O eucalipto tem as suas características e especificidades. Os profissionais tem que ter esse conhecimento e estar preparados para poder buscar eficiência e competitividade em sua atividade”, avalia o professor.
Eduardo Calazans, proprietário da Serraria Calazans, com mais de 20 anos de atividade no ramo e há dois anos instalado em Ribas do Rio Pardo, a perspectiva de mudança traz boas expectativas. “Estamos testando o comportamento desse eucalipto, que é clone. E parece que ele vai bem”, comentou durante atividade prática do curso, realizada em seu estabelecimento.
Para quem trabalha na intermediação dos negócios no setor, o conhecimento também é fundamental. “A gente precisa estar em sintonia com o mercado e ter todas as informações até para poder orientar os clientes”, afirma Murilo Kafuri, do departamento comercial da Ramires Florestal.
É por meio da profissionalização de empresários e trabalhadores para diversificar a produção que será possível atrair para o município investimentos ligados a cadeia florestal de forma competitiva e socialmente justa, incluindo a otimização de subprodutos e geração de renda para os pequenos produtores rurais dos assentamentos de agricultura familiar. O primeiro passo já foi dado, iniciando o trabalho pela aceitação das transformações propostas.
E para o consultor Volmir Meneguzzo, um dos organizadores do projeto que visa o avanço do APL (Arranjo Produtivo Local), o grande desafio é justamente a mudança de conceitos. “Tudo que é novo tem certa resistência natural, e nesse sentido as parcerias e a soma de d]esforços são um fator preponderante para atingir os objetivos”, avalia.

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